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o que fazer quando o dependente químico não quer ser ajudado?

04/06/2024

o que fazer quando o dependente químico não quer ser ajudado?
 
 
 

O Que Fazer Quando o Dependente Químico Não Quer Ajuda?

 

Lidar com um dependente químico que recusa ajuda é uma situação desafiadora e angustiante para familiares e amigos. A dependência química é uma doença complexa que afeta o comportamento, a saúde mental e física, e as relações pessoais do dependente. Este artigo explora estratégias para abordar essa resistência, incluindo métodos de intervenção, suporte emocional, aspectos legais e o papel crucial dos profissionais de saúde. 

 

Entendendo a Recusa de Ajuda 

A recusa de ajuda por parte do dependente químico é um comportamento comum e multifatorial. Vários elementos podem contribuir para essa resistência: 

  • Negação: Muitos dependentes não reconhecem a gravidade de seu problema, acreditando que têm controle sobre seu uso de substâncias. 

  • Medo e Vergonha: O estigma associado à dependência química pode levar ao medo do julgamento e à vergonha, impedindo a busca de ajuda. 

  • Desconhecimento: Falta de informação sobre a dependência e os benefícios do tratamento pode resultar em resistência. 

  • Dependência Física e Psicológica: O uso contínuo de drogas altera o cérebro, tornando difícil imaginar a vida sem a substância. 

 

Abordagens de Intervenção 

Quando o dependente não quer ajuda, uma intervenção bem planejada pode ser uma ferramenta eficaz para abrir um canal de comunicação e encorajá-lo a aceitar tratamento. 

 

Intervenção Familiar 

A intervenção familiar envolve a reunião de familiares e amigos para conversar com o dependente de maneira estruturada e compassiva. Aqui estão alguns passos para realizar uma intervenção eficaz: 

  • Planejamento: Reúna informações sobre a dependência, tratamentos disponíveis e desenvolva um plano com a ajuda de um profissional de saúde mental. 

  • Escolha do Local e Hora: Selecionar um ambiente seguro e tranquilo, e um momento em que o dependente esteja sóbrio. 

  • Comunicação Compassiva: Aborde o dependente com empatia e sem julgamentos, expressando preocupações e oferecendo apoio. 

  • Mensagens Claras: Cada participante deve ter mensagens claras sobre como a dependência impacta suas vidas e a vida do dependente. 

  • Oferecer Soluções: Apresente opções de tratamento e esteja preparado para agir imediatamente se o dependente concordar. 

 

Profissional de Intervenção 

Contar com um profissional especializado em intervenções pode aumentar significativamente as chances de sucesso. Eles trazem experiência e neutralidade, ajudando a mediar a conversa e a lidar com resistências inesperadas. 

 

Suporte Emocional e Prático 

O apoio contínuo é crucial para ajudar o dependente químico, mesmo que ele inicialmente recuse tratamento. 

 

Educação e Informação 

Educar-se sobre a dependência química e compartilhar essas informações de maneira não intrusiva pode ajudar a reduzir o estigma e a resistência. 

  • Recursos Educacionais: Livros, artigos, vídeos e palestras sobre dependência química e recuperação. 

  • Modelos Positivos: Apresentar histórias de sucesso de pessoas que superaram a dependência pode ser inspirador. 

 

Estabelecimento de Limites 

Estabelecer limites claros sobre o que é aceitável e o que não é em termos de comportamento pode ajudar a proteger a saúde emocional e física da família. 

  • Consistência: Mantenha os limites consistentemente para evitar confusão e manipulação. 

  • Comunicação Aberta: Explique os limites de maneira clara e respeitosa, e as consequências para o descumprimento. 

 

Auto-cuidado da Família 

Cuidar de um dependente químico pode ser exaustivo e estressante. É crucial que os familiares cuidem de si mesmos também. 

  • Grupos de Apoio: Participar de grupos como Al-Anon pode fornecer suporte emocional e estratégias práticas. 

  • Terapia Individual: Consultar um terapeuta pode ajudar os familiares a lidar com suas próprias emoções e desenvolver habilidades de enfrentamento. 

 

Aspectos Legais 

Em alguns casos, pode ser necessário considerar medidas legais para garantir que o dependente receba a ajuda necessária. 

 

Internação Involuntária 

No Brasil, a internação involuntária é regulamentada pela Lei nº 10.216/2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais. 

  • Requisitos: A internação involuntária deve ser indicada por um médico, e o Ministério Público deve ser notificado em até 72 horas. 

  • Avaliação Médica: Um médico deve avaliar o dependente e documentar a necessidade de internação, justificando que todas as alternativas menos invasivas foram esgotadas. 

  • Risco: A internação involuntária é considerada quando o dependente representa um risco para si mesmo ou para os outros. 

 

Ordem Judicial 

Em casos extremos, a família pode buscar uma ordem judicial para internação compulsória. 

  • Solicitação: A família, um profissional de saúde ou o Ministério Público pode solicitar uma avaliação judicial. 

  • Decisão: Um juiz analisa os relatórios médicos e decide sobre a necessidade de internação compulsória. 

  • Monitoramento: A internação deve ser monitorada regularmente para garantir a continuidade e adequação do tratamento. 

 

O Papel dos Profissionais de Saúde 

Os profissionais de saúde têm um papel crucial na abordagem de dependentes químicos que não querem ajuda. 

 

Avaliação e Diagnóstico 

Realizar avaliações completas e diagnósticos precisos para entender a extensão da dependência e as necessidades específicas do paciente. 

 

Desenvolvimento de Planos de Tratamento 

Criar planos de tratamento individualizados que combinam terapias médicas, psicológicas e sociais. 

 

Educação e Suporte 

Fornecer educação contínua para o paciente e a família sobre a natureza da dependência e as opções de tratamento. 

 

Abordagens Terapêuticas 

Utilizar diversas abordagens terapêuticas para aumentar a motivação e a aceitação do tratamento: 

  • Entrevista Motivacional: Técnica centrada no paciente que visa aumentar a motivação para a mudança, abordando a ambivalência sobre o tratamento. 

  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Ajuda a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento que contribuem para a dependência. 

  • Terapia Familiar: Envolve a família no processo terapêutico para melhorar a dinâmica familiar e apoiar a recuperação do dependente. 

 

Os 3 Tipos de Internação: 

1. Internação Voluntária: Na internação voluntária, o paciente concorda em se submeter ao tratamento em uma clínica de reabilitação. Essa é geralmente a forma mais eficaz de tratamento, pois o paciente está motivado e comprometido com sua recuperação. Durante a internação voluntária, o paciente recebe cuidados médicos, terapia individual e em grupo, e outras formas de suporte para ajudá-lo a superar a dependência de crack. 

2. Internação Involuntária: A internação involuntária ocorre quando um indivíduo é internado em uma clínica de reabilitação sem o seu consentimento. Isso geralmente acontece quando a pessoa representa um risco imediato para si mesma ou para os outros devido ao uso de drogas. Embora possa parecer controverso, a internação involuntária pode ser necessária em casos graves nos quais o paciente não reconhece a gravidade de sua dependência. 

3. Internação Compulsória: A internação compulsória é semelhante à internação involuntária, mas é geralmente ordenada pelo sistema legal. Isso pode acontecer quando um indivíduo comete um crime relacionado ao uso de drogas ou representa um perigo significativo para a sociedade. A internação compulsória tem como objetivo proteger a pessoa e a comunidade, fornecendo tratamento obrigatório para sua dependência. 

 

Auxílio-Doença para Dependentes Químicos: 

No Brasil, o auxílio-doença é um benefício previdenciário pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aos trabalhadores que ficam temporariamente incapacitados para o trabalho devido a doença ou acidente. Isso inclui casos de dependência química, desde que comprovada a incapacidade laboral. 

Para obter o auxílio-doença por dependência química, o paciente precisa passar por uma avaliação médica do INSS, que determinará se ele está realmente incapacitado para o trabalho devido ao uso de drogas. Além disso, é necessário apresentar documentos médicos que comprovem o diagnóstico e a necessidade do benefício. 

O auxílio-doença para dependentes químicos é uma importante forma de apoio durante o processo de recuperação, garantindo que o paciente tenha acesso a tratamento médico adequado e possa se concentrar em sua reabilitação sem se preocupar com questões financeiras. No entanto, é importante ressaltar que o benefício é temporário e está sujeito a revisões periódicas para verificar a evolução do quadro clínico do paciente. 

 

Benefícios da Internação 

A internação oferece uma série de benefícios para os dependentes químicos que buscam superar o vício e reconstruir suas vidas: 

  • Ambiente Estruturado e Livre de Drogas: Durante o período de internação, os pacientes são afastados de ambientes propícios ao uso de drogas, proporcionando uma oportunidade para a desintoxicação e a recuperação física e psicológica. 

  • Suporte Médico e Psicológico Especializado: As clínicas de reabilitação oferecem uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, incluindo médicos, psicólogos, terapeutas e enfermeiros, que fornecem cuidados personalizados e apoio emocional durante todo o processo de tratamento. 

  • Programas de Reabilitação Personalizados: Os pacientes têm acesso a programas de recuperação personalizados, que abordam as causas subjacentes do vício, desenvolvem habilidades de enfrentamento e promovem a reintegração social e profissional. 

  • Redução do Risco de Recaída: A internação oferece um ambiente seguro e estruturado, onde os pacientes aprendem a lidar com gatilhos e situações de risco, reduzindo assim as chances de recaída após a alta. 

 

Conclusão 

A resistência à ajuda por parte do dependente químico é um desafio significativo, mas não insuperável. Com uma abordagem compassiva, informada e estruturada, é possível abrir caminhos para que o dependente aceite o tratamento. A intervenção precoce, o suporte contínuo e o envolvimento de profissionais de saúde qualificados são fundamentais para aumentar as chances de recuperação. A família deve se manter informada e buscar apoio, garantindo que não só o dependente, mas todos os envolvidos, encontrem maneiras de lidar com a situação de forma saudável e produtiva. A recuperação é um processo longo e muitas vezes difícil, mas com a abordagem certa, é possível ajudar o dependente a encontrar o caminho para uma vida mais saudável e equilibrada. 

Somos especializados no encaminhamento e tratamento de usuários de drogas. Entre em contato com a Instituição Viver sem Drogas para conversarmos mais! 

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