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O que é necessário para fazer a internação de uma pessoa?

31/05/2024

O que é necessário para fazer a internação de uma pessoa?
 
 

O Que é Necessário para Internar uma Pessoa? 

 

A decisão de internar uma pessoa, seja para tratamento de saúde mental, dependência química ou outra condição médica, é um processo que envolve considerações complexas e multifacetadas. Este artigo explora os critérios e procedimentos necessários para a internação, abordando os aspectos legais, médicos e éticos, além do papel da família e dos profissionais de saúde. 

 

1. Internação: Definição e Tipos 

Internação é o processo pelo qual uma pessoa é admitida em uma instituição de saúde para receber tratamento intensivo. Existem vários tipos de internação, cada um adequado a diferentes necessidades e circunstâncias: 

  • Internação Voluntária: Quando a própria pessoa consente em ser internada para receber tratamento. É a forma mais comum e preferida, respeitando a autonomia do paciente. 

  • Internação Involuntária: Ocorre sem o consentimento da pessoa, geralmente quando ela representa um perigo para si mesma ou para os outros, e não reconhece a necessidade de tratamento. 

  • Internação Compulsória: Determinada por ordem judicial, tipicamente em situações extremas onde a pessoa se recusa a buscar tratamento voluntário e continua a apresentar comportamentos de alto risco. 

 

2. Critérios para Internação 

Os critérios para decidir pela internação variam dependendo do tipo de internação, mas geralmente incluem: 

  • Avaliação Médica: Uma avaliação médica é fundamental para determinar a necessidade de internação. No caso de dependência química ou transtornos mentais, essa avaliação pode incluir exames físicos, psicológicos e psiquiátricos. 

  • Condições de Saúde: Condições de saúde agudas ou crônicas que não podem ser gerenciadas de forma segura fora de um ambiente hospitalar podem justificar a internação. 

  • Risco Imediato: Se a pessoa representa um risco imediato para si mesma ou para os outros, como no caso de tentativas de suicídio, comportamento violento ou risco de overdose, a internação pode ser necessária para garantir a segurança. 

  • Fracasso de Tratamentos Ambulatoriais: Se os tratamentos ambulatoriais não estão sendo eficazes ou se a pessoa não está aderindo ao tratamento, a internação pode ser a melhor opção para garantir um cuidado mais intensivo e estruturado. 

3. Procedimentos para Internação 

Os procedimentos para internação variam de acordo com o tipo de internação, mas geralmente seguem etapas bem definidas: 

Internação Voluntária 

  1. Avaliação Inicial: O paciente busca ajuda e passa por uma avaliação inicial com um profissional de saúde, que pode incluir médicos, psicólogos ou psiquiatras. 

  1. Consentimento: O paciente fornece consentimento informado, reconhecendo a necessidade de internação e os objetivos do tratamento. 

  1. Admissão: O paciente é admitido na instituição de saúde, onde é elaborado um plano de tratamento individualizado. 

 

Internação Involuntária 

  1. Avaliação Médica: Um médico realiza uma avaliação detalhada e documenta a necessidade de internação involuntária. 

  1. Autorização: No Brasil, conforme a Lei nº 10.216/2001, a internação involuntária deve ser comunicada ao Ministério Público em até 72 horas. 

  1. Notificação: A família ou responsável legal é notificada sobre a internação e o processo de tratamento. 

  1. Reavaliação Periódica: A condição do paciente é reavaliada regularmente para determinar a necessidade contínua da internação. 

 

Internação Compulsória 

  1. Solicitação Judicial: A família, um profissional de saúde ou o Ministério Público pode solicitar uma ordem judicial para internação compulsória. 

  1. Avaliação e Relatórios: Um médico ou equipe multidisciplinar realiza uma avaliação e fornece relatórios ao juiz. 

  1. Decisão Judicial: O juiz analisa os relatórios e decide se a internação compulsória é necessária. 

  1. Execução da Internação: Se aprovada, a pessoa é internada de acordo com a decisão judicial, com monitoramento contínuo por parte das autoridades competentes. 

 

4. Aspectos Legais 

Os aspectos legais da internação variam conforme a jurisdição, mas existem princípios gerais que são universalmente aplicáveis: 

  • Direitos do Paciente: O paciente tem direito a ser informado sobre seu estado de saúde, tratamento proposto e a recusar o tratamento, exceto em casos de risco iminente. 

  • Confidencialidade: A privacidade do paciente deve ser protegida, e suas informações de saúde só podem ser compartilhadas com consentimento ou conforme exigido por lei. 

  • Supervisão Legal: Internações involuntárias e compulsórias devem ser supervisionadas por autoridades legais para proteger os direitos do paciente. 

 

5. Aspectos Éticos 

Os aspectos éticos são cruciais ao considerar a internação de uma pessoa: 

  • Autonomia: Respeitar a autonomia do paciente é fundamental, garantindo que ele tenha voz nas decisões sobre seu tratamento sempre que possível. 

  • Beneficência e Não-Maleficência: Os profissionais de saúde devem agir no melhor interesse do paciente (beneficência) e evitar causar danos (não-maleficência). 

  • Justiça: O acesso ao tratamento deve ser equitativo, garantindo que todos os pacientes recebam cuidados adequados, independentemente de sua condição socioeconômica. 

 

6. O Papel da Família 

A família desempenha um papel essencial no processo de internação, especialmente em casos de internação involuntária e compulsória: 

  • Suporte Emocional: A família fornece suporte emocional e ajuda a pessoa a entender a necessidade de tratamento. 

  • Participação no Tratamento: Participar de sessões de terapia familiar e estar envolvida no plano de tratamento pode melhorar significativamente os resultados. 

  • Comunicação e Educação: É importante que a família esteja bem informada sobre a condição do paciente e o processo de tratamento, facilitando uma comunicação eficaz com os profissionais de saúde. 

 

7. O Papel dos Profissionais de Saúde 

Os profissionais de saúde têm uma responsabilidade significativa em todas as etapas do processo de internação: 

  • Avaliação e Diagnóstico: Realizar avaliações precisas e diagnósticos para determinar a necessidade de internação. 

  • Elaboração de Planos de Tratamento: Desenvolver planos de tratamento individualizados que atendam às necessidades específicas do paciente. 

  • Monitoramento Contínuo: Monitorar o progresso do paciente e ajustar o tratamento conforme necessário. 

  • Educação e Suporte: Fornecer educação e suporte contínuo tanto para o paciente quanto para a família. 

Os 3 Tipos de Internação: 

1. Internação Voluntária: Na internação voluntária, o paciente concorda em se submeter ao tratamento em uma clínica de reabilitação. Essa é geralmente a forma mais eficaz de tratamento, pois o paciente está motivado e comprometido com sua recuperação. Durante a internação voluntária, o paciente recebe cuidados médicos, terapia individual e em grupo, e outras formas de suporte para ajudá-lo a superar a dependência de crack. 

2. Internação Involuntária: A internação involuntária ocorre quando um indivíduo é internado em uma clínica de reabilitação sem o seu consentimento. Isso geralmente acontece quando a pessoa representa um risco imediato para si mesma ou para os outros devido ao uso de drogas. Embora possa parecer controverso, a internação involuntária pode ser necessária em casos graves nos quais o paciente não reconhece a gravidade de sua dependência. 

3. Internação Compulsória: A internação compulsória é semelhante à internação involuntária, mas é geralmente ordenada pelo sistema legal. Isso pode acontecer quando um indivíduo comete um crime relacionado ao uso de drogas ou representa um perigo significativo para a sociedade. A internação compulsória tem como objetivo proteger a pessoa e a comunidade, fornecendo tratamento obrigatório para sua dependência. 

 

Auxílio-Doença para Dependentes Químicos: 

No Brasil, o auxílio-doença é um benefício previdenciário pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aos trabalhadores que ficam temporariamente incapacitados para o trabalho devido a doença ou acidente. Isso inclui casos de dependência química, desde que comprovada a incapacidade laboral. 

Para obter o auxílio-doença por dependência química, o paciente precisa passar por uma avaliação médica do INSS, que determinará se ele está realmente incapacitado para o trabalho devido ao uso de drogas. Além disso, é necessário apresentar documentos médicos que comprovem o diagnóstico e a necessidade do benefício. 

O auxílio-doença para dependentes químicos é uma importante forma de apoio durante o processo de recuperação, garantindo que o paciente tenha acesso a tratamento médico adequado e possa se concentrar em sua reabilitação sem se preocupar com questões financeiras. No entanto, é importante ressaltar que o benefício é temporário e está sujeito a revisões periódicas para verificar a evolução do quadro clínico do paciente. 

 

Benefícios da Internação 

A internação oferece uma série de benefícios para os dependentes químicos que buscam superar o vício e reconstruir suas vidas: 

  • Ambiente Estruturado e Livre de Drogas: Durante o período de internação, os pacientes são afastados de ambientes propícios ao uso de drogas, proporcionando uma oportunidade para a desintoxicação e a recuperação física e psicológica. 

  • Suporte Médico e Psicológico Especializado: As clínicas de reabilitação oferecem uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, incluindo médicos, psicólogos, terapeutas e enfermeiros, que fornecem cuidados personalizados e apoio emocional durante todo o processo de tratamento. 

  • Programas de Reabilitação Personalizados: Os pacientes têm acesso a programas de recuperação personalizados, que abordam as causas subjacentes do vício, desenvolvem habilidades de enfrentamento e promovem a reintegração social e profissional. 

  • Redução do Risco de Recaída: A internação oferece um ambiente seguro e estruturado, onde os pacientes aprendem a lidar com gatilhos e situações de risco, reduzindo assim as chances de recaída após a alta. 

 

Conclusão 

A internação de uma pessoa é uma decisão séria que requer uma avaliação cuidadosa de diversos fatores. Os critérios médicos, legais e éticos devem ser rigorosamente seguidos para garantir que a decisão seja no melhor interesse do paciente. A colaboração entre a família, os profissionais de saúde e, quando possível, o próprio paciente, é fundamental para garantir um tratamento eficaz e humanizado. 

A dependência química, os transtornos mentais e outras condições de saúde que podem exigir internação são desafios significativos, mas com o apoio adequado e um tratamento bem planejado, é possível promover a recuperação e o bem-estar do paciente. 

Somos especializados no encaminhamento e tratamento de usuários de drogas. Entre em contato com a Instituição Viver sem Drogas para conversarmos mais! 

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