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Como internar um dependente químico que não quer ser internado?

28/05/2024

Como internar um dependente químico que não quer ser internado?
 
 

Como Internar um Dependente Químico que Não Quer Ser Internado? 

 

A dependência química é uma condição complexa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Frequentemente, aqueles que sofrem com essa doença não reconhecem a gravidade de sua situação, recusando ajuda e tratamentos. Internar um dependente químico que não quer ser internado é um desafio significativo, envolvendo aspectos legais, éticos e emocionais. Neste artigo, vamos explorar as abordagens para lidar com essa situação, incluindo os aspectos legais no Brasil, as alternativas à internação involuntária, e o papel crucial da família e dos profissionais de saúde. 

 

1. Entendendo a Dependência Química 

A dependência química é caracterizada pelo uso compulsivo de substâncias, apesar das consequências adversas. As drogas afetam o cérebro e o comportamento, tornando difícil para a pessoa afetada controlar seu uso. A negação é um sintoma comum, onde o dependente não reconhece a necessidade de tratamento, acreditando que pode parar por conta própria ou que a situação não é grave. 

 

2. Abordagem Inicial: Conversa e Persuasão 

O primeiro passo para ajudar um dependente químico é tentar convencê-lo da necessidade de tratamento. Abordagens respeitosas e compassivas são essenciais. A família e os amigos devem expressar suas preocupações de maneira não confrontadora, focando nos impactos negativos que a dependência está tendo na vida do dependente e daqueles ao seu redor. 

  • Intervenção Familiar: Uma intervenção planejada, onde amigos e familiares se reúnem para confrontar o dependente, pode ser eficaz. Profissionais de saúde mental, como terapeutas especializados em dependência, podem ajudar a organizar e mediar essas intervenções. 

  • Educação: Muitas vezes, a falta de informação sobre a natureza da dependência química impede que a pessoa aceite ajuda. Fornecer informações claras sobre a doença e as opções de tratamento disponíveis pode fazer a diferença. 

 

3. Alternativas à Internação Involuntária 

Antes de considerar a internação involuntária, é importante explorar todas as outras opções. Muitas vezes, a resistência inicial pode ser superada com alternativas menos intrusivas, como: 

  • Tratamento Ambulatorial: Programas que permitem ao dependente viver em casa enquanto recebe tratamento podem ser menos intimidantes. Esses programas geralmente incluem terapia individual, terapia em grupo e consultas médicas regulares. 

  • Terapias Motivacionais: Técnicas como a Entrevista Motivacional ajudam a aumentar a disposição do dependente para mudar, trabalhando diretamente com a ambivalência e resistência à mudança. 

  • Redes de Suporte: Grupos de apoio, como Narcóticos Anônimos, oferecem um ambiente de compreensão e encorajamento. O contato com outras pessoas que passaram por situações semelhantes pode ser um grande motivador. 

 

4. Aspectos Legais da Internação Involuntária no Brasil 

No Brasil, a internação involuntária é regulamentada pela Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Segundo a lei, a internação involuntária só pode ocorrer em casos extremos e deve seguir um processo rigoroso: 

  • Requisitos Legais: A internação involuntária deve ser indicada por um médico, com justificativa escrita e detalhada. Deve-se comprovar que todas as alternativas menos restritivas foram tentadas e que o dependente apresenta risco iminente de dano a si ou a terceiros. 

  • Notificação ao Ministério Público: A família ou o responsável deve notificar o Ministério Público do estado em até 72 horas após a internação, garantindo a fiscalização e a proteção dos direitos do internado. 

  • Avaliação Periódica: A condição do internado deve ser reavaliada regularmente para determinar a necessidade contínua da internação. 

 

5. Ética e Considerações Humanas 

Internar alguém contra a sua vontade levanta questões éticas significativas. É um ato que pode ser percebido como uma violação dos direitos individuais, mesmo quando feito com a intenção de proteger a pessoa e os outros. Portanto, deve-se abordar essa questão com sensibilidade e respeito, garantindo que todas as decisões sejam tomadas no melhor interesse do dependente. 

  • Respeito à Autonomia: Sempre que possível, o consentimento do dependente deve ser buscado. A autonomia do paciente é um princípio fundamental da ética médica. 

  • Beneficência e Não-Maleficência: As decisões devem equilibrar os benefícios do tratamento contra os possíveis danos da internação involuntária, incluindo o trauma psicológico e a estigmatização. 

  • Justiça: Garantir que o dependente tenha acesso a um tratamento de qualidade e a todas as proteções legais disponíveis é crucial. 

 

6. O Papel da Família e dos Profissionais de Saúde 

A família desempenha um papel crucial no processo de recuperação. Apoio emocional, compreensão e paciência são fundamentais. Além disso, os profissionais de saúde mental têm um papel essencial em fornecer orientação, tratamento adequado e suporte contínuo tanto para o dependente quanto para a família. 

  • Aconselhamento Familiar: Programas que envolvem a família no processo terapêutico ajudam a construir um ambiente de apoio e compreensão mútua. 

  • Capacitação dos Profissionais de Saúde: Profissionais bem treinados são essenciais para identificar o melhor momento e método para a intervenção, garantindo um processo humano e ético. 

 

Os 3 Tipos de Internação: 

1. Internação Voluntária: Na internação voluntária, o paciente concorda em se submeter ao tratamento em uma clínica de reabilitação. Essa é geralmente a forma mais eficaz de tratamento, pois o paciente está motivado e comprometido com sua recuperação. Durante a internação voluntária, o paciente recebe cuidados médicos, terapia individual e em grupo, e outras formas de suporte para ajudá-lo a superar a dependência de crack. 

2. Internação Involuntária: A internação involuntária ocorre quando um indivíduo é internado em uma clínica de reabilitação sem o seu consentimento. Isso geralmente acontece quando a pessoa representa um risco imediato para si mesma ou para os outros devido ao uso de drogas. Embora possa parecer controverso, a internação involuntária pode ser necessária em casos graves nos quais o paciente não reconhece a gravidade de sua dependência. 

3. Internação Compulsória: A internação compulsória é semelhante à internação involuntária, mas é geralmente ordenada pelo sistema legal. Isso pode acontecer quando um indivíduo comete um crime relacionado ao uso de drogas ou representa um perigo significativo para a sociedade. A internação compulsória tem como objetivo proteger a pessoa e a comunidade, fornecendo tratamento obrigatório para sua dependência. 

 

Auxílio-Doença para Dependentes Químicos: 

No Brasil, o auxílio-doença é um benefício previdenciário pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aos trabalhadores que ficam temporariamente incapacitados para o trabalho devido a doença ou acidente. Isso inclui casos de dependência química, desde que comprovada a incapacidade laboral. 

Para obter o auxílio-doença por dependência química, o paciente precisa passar por uma avaliação médica do INSS, que determinará se ele está realmente incapacitado para o trabalho devido ao uso de drogas. Além disso, é necessário apresentar documentos médicos que comprovem o diagnóstico e a necessidade do benefício. 

O auxílio-doença para dependentes químicos é uma importante forma de apoio durante o processo de recuperação, garantindo que o paciente tenha acesso a tratamento médico adequado e possa se concentrar em sua reabilitação sem se preocupar com questões financeiras. No entanto, é importante ressaltar que o benefício é temporário e está sujeito a revisões periódicas para verificar a evolução do quadro clínico do paciente. 

 

Benefícios da Internação 

A internação oferece uma série de benefícios para os dependentes químicos que buscam superar o vício e reconstruir suas vidas: 

  • Ambiente Estruturado e Livre de Drogas: Durante o período de internação, os pacientes são afastados de ambientes propícios ao uso de drogas, proporcionando uma oportunidade para a desintoxicação e a recuperação física e psicológica. 

  • Suporte Médico e Psicológico Especializado: As clínicas de reabilitação oferecem uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, incluindo médicos, psicólogos, terapeutas e enfermeiros, que fornecem cuidados personalizados e apoio emocional durante todo o processo de tratamento. 

  • Programas de Reabilitação Personalizados: Os pacientes têm acesso a programas de recuperação personalizados, que abordam as causas subjacentes do vício, desenvolvem habilidades de enfrentamento e promovem a reintegração social e profissional. 

  • Redução do Risco de Recaída: A internação oferece um ambiente seguro e estruturado, onde os pacientes aprendem a lidar com gatilhos e situações de risco, reduzindo assim as chances de recaída após a alta. 

 

Conclusão 

Internar um dependente químico que não quer ser internado é um processo complexo e delicado que requer uma abordagem multifacetada. É crucial tentar todas as alternativas menos invasivas antes de recorrer à internação involuntária. Quando esta se torna necessária, é fundamental seguir os procedimentos legais e éticos rigorosamente para proteger os direitos do dependente e garantir que ele receba o tratamento necessário. A participação ativa da família e a orientação de profissionais qualificados são essenciais para aumentar as chances de recuperação e reintegração do dependente químico na sociedade. 

Somos especializados no encaminhamento e tratamento de usuários de drogas. Entre em contato com a Instituição Viver sem Drogas para conversarmos mais! 

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