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Quando o dependente químico deve ser internado?

17/06/2024

Quando o dependente químico deve ser internado?
 
 

Quando o Dependente Químico Deve Ser Internado? 

 

A dependência química é um problema de saúde pública complexo e multifacetado, que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. Ela envolve o uso compulsivo de substâncias psicoativas, apesar das consequências negativas significativas na vida do indivíduo. Decidir quando é a hora de internar um dependente químico é uma decisão difícil e muitas vezes dolorosa, tanto para o próprio dependente quanto para seus familiares e amigos. Este artigo busca explorar os sinais que indicam a necessidade de internação, os tipos de tratamento disponíveis e os fatores que devem ser considerados antes de tomar essa decisão crucial. 

 

Compreendendo a Dependência Química 

A dependência química não é uma questão de falta de força de vontade ou moral. É uma doença crônica que altera o funcionamento do cérebro, comprometendo a capacidade do indivíduo de tomar decisões saudáveis e controlar seus impulsos. As substâncias que mais frequentemente levam à dependência incluem álcool, nicotina, opiáceos, cocaína, anfetaminas e certos medicamentos prescritos. 

Os sintomas da dependência química variam entre os indivíduos, mas geralmente incluem: 

  • Tolerância: necessidade de quantidades maiores da substância para obter o mesmo efeito. 

  • Sintomas de Abstinência: reações físicas e psicológicas quando o uso da substância é interrompido. 

  • Perda de Controle: incapacidade de reduzir ou controlar o uso da substância. 

  • Negligência de Responsabilidades: abandono de obrigações pessoais, profissionais e sociais. 

  • Problemas Financeiros e Legais: devido ao comportamento relacionado ao uso da substância. 

  • Mudanças Comportamentais: alteração de humor, isolamento social e conflitos interpessoais. 

 

Sinais de que a Internação Pode Ser Necessária 

Identificar os sinais de que a internação é necessária é crucial para a recuperação. Alguns dos principais indicadores incluem: 

1. Incapacidade de Parar Apesar das Consequências Graves 

Se o dependente continua a usar a substância apesar de enfrentar consequências graves, como perda de emprego, problemas legais ou rompimento de relações pessoais, a internação pode ser necessária. A falta de controle sobre o uso da substância, apesar dos danos evidentes, indica a necessidade de um tratamento intensivo. 

2. Fracasso em Tratamentos Ambulatoriais 

Quando o dependente já tentou tratamentos ambulatoriais, como terapia individual ou grupos de apoio, sem sucesso, a internação pode ser a próxima etapa lógica. Um ambiente controlado, longe das tentações e gatilhos do cotidiano, pode ser crucial para o sucesso do tratamento. 

3. Problemas de Saúde Graves 

O uso contínuo de substâncias pode levar a sérios problemas de saúde física e mental. Quando o dependente apresenta condições médicas graves, como danos no fígado, doenças cardíacas, transtornos psiquiátricos ou overdoses frequentes, a internação se torna uma medida urgente para estabilizar a saúde do paciente. 

4. Comportamento Perigoso 

Se o comportamento do dependente se torna perigoso para si mesmo ou para os outros, a internação é essencial. Isso inclui comportamentos suicidas, violência, negligência severa ou situações que colocam terceiros em risco. 

5. Perda de Controle da Vida Diária 

Quando o uso de substâncias toma conta da vida do dependente a ponto de ele não conseguir manter uma rotina básica de higiene, alimentação ou cuidados pessoais, a internação pode oferecer a estrutura necessária para restaurar essas funções básicas. 

 

Tipos de Tratamento Disponíveis 

Existem diferentes tipos de programas de internação para dependentes químicos, cada um com suas abordagens e níveis de cuidado. A escolha do programa adequado depende das necessidades específicas do paciente. 

1. Clínicas de Reabilitação Residenciais 

As clínicas de reabilitação residenciais oferecem um ambiente estruturado onde os pacientes residem por um período determinado, geralmente entre 30 e 90 dias. Esses programas fornecem uma abordagem intensiva com terapias individuais e em grupo, atividades de reabilitação e suporte médico constante. 

2. Centros de Desintoxicação 

Os centros de desintoxicação são especializados em ajudar os pacientes a superar a fase inicial de abstinência. Eles fornecem cuidados médicos para gerenciar os sintomas de abstinência e preparar o paciente para etapas subsequentes do tratamento. 

3. Programas de Internação Parcial 

Os programas de internação parcial permitem que o paciente participe de atividades terapêuticas intensivas durante o dia, mas retorne para casa à noite. Isso pode ser uma opção viável para aqueles que têm um sistema de apoio forte e um ambiente doméstico estável. 

4. Unidades Psiquiátricas de Internação 

Para pacientes que sofrem de transtornos psiquiátricos graves juntamente com a dependência química, as unidades psiquiátricas de internação oferecem tratamento integrado. Elas fornecem cuidados especializados para condições como depressão severa, transtorno bipolar ou esquizofrenia. 

 

Fatores a Considerar Antes da Internação 

Decidir pela internação de um dependente químico envolve uma série de considerações importantes. É fundamental avaliar a situação com cuidado e buscar aconselhamento profissional. Alguns fatores cruciais incluem: 

1. Avaliação Profissional 

Antes de tomar qualquer decisão, é essencial obter uma avaliação de um profissional de saúde mental ou especialista em dependência química. Eles podem fornecer um diagnóstico preciso e recomendar o tipo de tratamento mais adequado. 

2. Disponibilidade de Recursos 

A internação pode ser cara e nem sempre está coberta por planos de saúde. É importante considerar os recursos financeiros disponíveis e explorar opções de financiamento ou programas de tratamento subsidiados. 

3. Sistema de Apoio 

O apoio da família e amigos é vital para a recuperação do dependente químico. Um sistema de apoio forte pode fazer uma diferença significativa na eficácia do tratamento e na manutenção da sobriedade após a alta. 

4. Prontidão do Paciente 

A disposição do dependente para se submeter ao tratamento é um fator crucial. Embora a internação possa ser necessária em casos de risco extremo, a colaboração e a motivação do paciente aumentam significativamente as chances de sucesso. 

5. Histórico de Tratamentos Anteriores 

Entender o histórico de tratamentos anteriores pode ajudar a determinar a melhor abordagem. Pacientes que não responderam bem a tratamentos ambulatoriais podem se beneficiar mais de um programa de internação. 

 

O Processo de Internação 

O processo de internação deve ser conduzido com cuidado e consideração. Envolve várias etapas, desde a intervenção até o acolhimento na instituição escolhida. 

1. Intervenção 

A intervenção é um passo crítico e muitas vezes difícil. Envolve reunir a família e amigos próximos para confrontar o dependente com a realidade de sua situação. Este passo deve ser feito com a ajuda de um profissional para garantir que seja conduzido de maneira compassiva e eficaz. 

2. Avaliação Médica 

Uma avaliação médica completa é necessária para determinar o estado de saúde física e mental do dependente. Isso inclui exames para identificar quaisquer condições médicas subjacentes que precisem de tratamento. 

3. Escolha do Programa de Tratamento 

A escolha do programa de tratamento deve ser baseada nas necessidades específicas do paciente. Isso pode incluir a escolha entre uma clínica de reabilitação residencial, um centro de desintoxicação, ou uma unidade psiquiátrica de internação. 

4. Admissão 

A admissão envolve a entrada formal do paciente na instituição de tratamento. Isso inclui o preenchimento de formulários, a realização de exames médicos iniciais e a integração do paciente na rotina do programa. 

5. Plano de Tratamento Personalizado 

Um plano de tratamento personalizado é desenvolvido para atender às necessidades específicas do paciente. Isso inclui terapias individuais e em grupo, atividades de reabilitação, suporte médico e psiquiátrico, e preparação para a reintegração na vida cotidiana após a alta. 

 

Conheça os 3 Tipos de Internação: 

1. Internação Voluntária: Na internação voluntária, o paciente concorda em se submeter ao tratamento em uma clínica de reabilitação. Essa é geralmente a forma mais eficaz de tratamento, pois o paciente está motivado e comprometido com sua recuperação. Durante a internação voluntária, o paciente recebe cuidados médicos, terapia individual e em grupo, e outras formas de suporte para ajudá-lo a superar a dependência de crack. 

2. Internação Involuntária: A internação involuntária ocorre quando um indivíduo é internado em uma clínica de reabilitação sem o seu consentimento. Isso geralmente acontece quando a pessoa representa um risco imediato para si mesma ou para os outros devido ao uso de drogas. Embora possa parecer controverso, a internação involuntária pode ser necessária em casos graves nos quais o paciente não reconhece a gravidade de sua dependência. 

3. Internação Compulsória: A internação compulsória é semelhante à internação involuntária, mas é geralmente ordenada pelo sistema legal. Isso pode acontecer quando um indivíduo comete um crime relacionado ao uso de drogas ou representa um perigo significativo para a sociedade. A internação compulsória tem como objetivo proteger a pessoa e a comunidade, fornecendo tratamento obrigatório para sua dependência. 

 

Auxílio-Doença para Dependentes Químicos: 

No Brasil, o auxílio-doença é um benefício previdenciário pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aos trabalhadores que ficam temporariamente incapacitados para o trabalho devido a doença ou acidente. Isso inclui casos de dependência química, desde que comprovada a incapacidade laboral. 

Para obter o auxílio-doença por dependência química, o paciente precisa passar por uma avaliação médica do INSS, que determinará se ele está realmente incapacitado para o trabalho devido ao uso de drogas. Além disso, é necessário apresentar documentos médicos que comprovem o diagnóstico e a necessidade do benefício. 

O auxílio-doença para dependentes químicos é uma importante forma de apoio durante o processo de recuperação, garantindo que o paciente tenha acesso a tratamento médico adequado e possa se concentrar em sua reabilitação sem se preocupar com questões financeiras. No entanto, é importante ressaltar que o benefício é temporário e está sujeito a revisões periódicas para verificar a evolução do quadro clínico do paciente. 

 

Benefícios da Internação: 

A internação oferece uma série de benefícios para os dependentes químicos que buscam superar o vício e reconstruir suas vidas: 

  • Ambiente Estruturado e Livre de Drogas: Durante o período de internação, os pacientes são afastados de ambientes propícios ao uso de drogas, proporcionando uma oportunidade para a desintoxicação e a recuperação física e psicológica. 

  • Suporte Médico e Psicológico Especializado: As clínicas de reabilitação oferecem uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, incluindo médicos, psicólogos, terapeutas e enfermeiros, que fornecem cuidados personalizados e apoio emocional durante todo o processo de tratamento. 

  • Programas de Reabilitação Personalizados: Os pacientes têm acesso a programas de recuperação personalizados, que abordam as causas subjacentes do vício, desenvolvem habilidades de enfrentamento e promovem a reintegração social e profissional. 

  • Redução do Risco de Recaída: A internação oferece um ambiente seguro e estruturado, onde os pacientes aprendem a lidar com gatilhos e situações de risco, reduzindo assim as chances de recaída após a alta. 

 

Conclusão 

Internar um dependente químico é uma decisão complexa que deve ser tomada com cuidado e consideração. Reconhecer os sinais de que a internação é necessária, entender os diferentes tipos de tratamento disponíveis, e considerar todos os fatores envolvidos são passos fundamentais para garantir que o dependente receba o cuidado adequado. Com o suporte adequado e um tratamento eficaz, é possível que o dependente químico recupere sua saúde, autonomia e qualidade de vida.  

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