Por que ficamos tristes depois de usar cocaína?
23/04/2024
Por que ficamos tristes depois de usar cocaína?
A cocaína é uma droga conhecida por seus efeitos estimulantes e eufóricos, mas também pode levar a um estado de tristeza e depressão após o uso. Compreender por que isso acontece é fundamental para abordar os aspectos complexos da dependência de cocaína e seu impacto na saúde mental. Neste artigo, exploraremos as razões pelas quais podemos experimentar tristeza após o uso de cocaína, os diferentes tipos de internação disponíveis e o auxílio-doença para dependentes químicos.
1. Efeitos Neurológicos da Cocaína:
Uma das principais razões pelas quais ficamos tristes após o uso de cocaína está relacionada aos seus efeitos no cérebro. Enquanto a droga inicialmente estimula a liberação de neurotransmissores como a dopamina, que estão associados a sensações de prazer e euforia, o uso prolongado e repetido da cocaína pode levar a uma disfunção no sistema de recompensa do cérebro.
A cocaína interfere no processo de reciclagem da dopamina, levando a uma acumulação excessiva desse neurotransmissor no cérebro. Com o tempo, o cérebro se adapta a esse excesso de dopamina, diminuindo a produção natural desse neurotransmissor. Como resultado, quando os efeitos da cocaína desaparecem, o cérebro fica temporariamente incapaz de produzir dopamina suficiente para manter o humor elevado. Isso pode levar a sentimentos de tristeza, irritabilidade e depressão.
2. Alterações Químicas e Hormonais:
Além dos efeitos na dopamina, o uso de cocaína também pode afetar outros neurotransmissores e hormônios no cérebro, contribuindo para sentimentos de tristeza e depressão. Por exemplo, a cocaína pode interferir na regulação do cortisol, o hormônio do estresse, levando a níveis elevados desse hormônio mesmo após o uso da droga. Isso pode contribuir para a sensação de ansiedade e depressão.
Além disso, a cocaína pode causar desequilíbrios nos níveis de serotonina, outro neurotransmissor associado ao humor. Baixos níveis de serotonina estão ligados à depressão e outros distúrbios do humor, e o uso de cocaína pode exacerbá-los.
3. Comportamentos de Busca e Compulsão:
Além dos efeitos neurológicos e químicos da cocaína, os comportamentos associados ao uso da droga também podem contribuir para sentimentos de tristeza e depressão. A dependência de cocaína pode levar a um ciclo vicioso de busca e compulsão pela droga, onde o usuário se sente impelido a consumir mais cocaína para aliviar temporariamente os sintomas de abstinência e evitar sentimentos de tristeza e desconforto.
No entanto, essa busca incessante por cocaína muitas vezes leva a consequências negativas, como problemas financeiros, sociais e legais, que por sua vez podem agravar os sentimentos de tristeza e depressão.
Os 3 Tipos de Internação:
Quando se trata de internação para tratamento de dependência de cocaína, existem três tipos principais:
1. Internação Voluntária:
Na internação voluntária, o paciente concorda em se submeter ao tratamento em uma clínica de reabilitação. Essa é geralmente a forma mais eficaz de tratamento, pois o paciente está motivado e comprometido com sua recuperação. Durante a internação voluntária, o paciente recebe cuidados médicos, terapia individual e em grupo, e outras formas de suporte para ajudá-lo a superar a dependência de cocaína.
2. Internação Involuntária:
A internação involuntária ocorre quando um indivíduo é internado em uma clínica de reabilitação sem o seu consentimento. Isso geralmente acontece quando a pessoa representa um risco imediato para si mesma ou para os outros devido ao uso de drogas. Embora possa parecer controverso, a internação involuntária pode ser necessária em casos graves nos quais o paciente não reconhece a gravidade de sua dependência.
3. Internação Compulsória:
A internação compulsória é semelhante à internação involuntária, mas é geralmente ordenada pelo sistema legal. Isso pode acontecer quando um indivíduo comete um crime relacionado ao uso de drogas ou representa um perigo significativo para a sociedade. A internação compulsória tem como objetivo proteger a pessoa e a comunidade, fornecendo tratamento obrigatório para sua dependência.
Auxílio-Doença para Dependentes Químicos:
No Brasil, o auxílio-doença é um benefício previdenciário pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aos trabalhadores que ficam temporariamente incapacitados para o trabalho devido a doença ou acidente. Isso inclui casos de dependência química, desde que comprovada a incapacidade laboral.
Para obter o auxílio-doença por dependência química, o paciente precisa passar por uma avaliação médica do INSS, que determinará se ele está realmente incapacitado para o trabalho devido ao uso de drogas. Além disso, é necessário apresentar documentos médicos que comprovem o diagnóstico e a necessidade do benefício.
O auxílio-doença para dependentes químicos é uma importante forma de apoio durante o processo de recuperação, garantindo que o paciente tenha acesso a tratamento médico adequado e possa se concentrar em sua reabilitação sem se preocupar com questões financeiras. No entanto, é importante ressaltar que o benefício é temporário e está sujeito a revisões periódicas para verificar a evolução do quadro clínico do paciente.
Conclusão:
Os sentimentos de tristeza e depressão após o uso de cocaína são complexos e multifacetados, envolvendo uma interação entre efeitos neurológicos, químicos e comportamentais da droga. A compreensão desses aspectos é fundamental para desenvolver estratégias eficazes de prevenção e tratamento da dependência de cocaína.
A internação em uma clínica de reabilitação, juntamente com o suporte médico, terapêutico e social adequado, desempenha um papel crucial no processo de recuperação. Além disso, o auxílio-doença pode fornecer o suporte financeiro necessário durante a reabilitação. Com o apoio adequado, é possível superar a dependência de cocaína e alcançar uma vida plena e gratificante.
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