O Que a OMS Diz sobre Dependência Química?
06/07/2024
O Que a OMS Diz sobre Dependência Química
A dependência química é um transtorno complexo que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, apresentando desafios significativos para a saúde pública, tratamento e prevenção. A OMS desempenha um papel crucial na definição de diretrizes e recomendações para lidar com a dependência química, baseando-se em evidências científicas e experiências de saúde pública global.
Definição e Características da Dependência Química
A OMS define a dependência química, também conhecida como dependência de substâncias ou transtorno por uso de substâncias, como uma condição crônica em que uma pessoa é incapaz de controlar o uso de substâncias psicoativas, apesar das consequências negativas para sua saúde física, mental e social. As substâncias mais comuns associadas à dependência incluem álcool, tabaco, opioides, cocaína e cannabis, entre outras.
Os principais critérios para diagnóstico de dependência química incluem:
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Compulsão: Um desejo forte ou necessidade de consumir a substância.
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Perda de Controle: Incapacidade de controlar a frequência ou quantidade de consumo.
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Síndrome de Abstinência: Sintomas físicos e emocionais quando o consumo é interrompido.
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Tolerância: Necessidade de quantidades crescentes da substância para alcançar os mesmos efeitos.
Abordagem da OMS para a Dependência Química
A OMS promove uma abordagem abrangente e baseada em evidências para lidar com a dependência química, que inclui:
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Prevenção: Implementação de estratégias para reduzir a iniciação ao uso de substâncias, como programas de educação pública e políticas de controle de acesso.
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Tratamento: Oferta de serviços de tratamento acessíveis e eficazes, que incluem desintoxicação, terapia comportamental, medicamentos para ajudar na abstinência e programas de apoio social.
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Reabilitação: Fornecimento de suporte contínuo para ajudar os indivíduos a reintegrarem-se na sociedade após o tratamento, incluindo treinamento vocacional, moradia segura e apoio psicológico.
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Redução de Danos: Estratégias para minimizar os riscos associados ao uso de substâncias, como programas de troca de seringas e distribuição de naloxona para prevenir overdoses.
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Integração de Serviços de Saúde Mental: Abordagem holística que reconhece a interseção entre a saúde mental e o uso de substâncias, promovendo a integração de cuidados de saúde mental e tratamento para dependência.
Direitos Humanos e Dependência Química
Os direitos humanos desempenham um papel fundamental no tratamento e na abordagem da dependência química, assegurando que os indivíduos afetados tenham acesso a tratamento adequado, livre de discriminação e estigma. A OMS destaca vários direitos essenciais para indivíduos que lidam com a dependência química:
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Acesso a Tratamento Adequado: Todos os indivíduos têm o direito de acesso a serviços de saúde e tratamento de qualidade para a dependência química, independentemente de sua origem étnica, social ou econômica.
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Autonomia e Autodeterminação: Os pacientes têm o direito de participar ativamente nas decisões relacionadas ao seu tratamento, incluindo a escolha de modalidades terapêuticas e a recusa de tratamento, desde que não comprometa a segurança de terceiros.
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Privacidade e Confidencialidade: Garantia de que as informações pessoais dos pacientes sejam tratadas com confidencialidade e protegidas contra divulgação não autorizada.
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Proteção contra Discriminação: Prevenção de qualquer forma de discriminação baseada no histórico de uso de substâncias, assegurando igualdade de acesso a oportunidades educacionais, emprego e cuidados médicos.
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Direitos Legais: Respeito aos direitos legais dos indivíduos afetados, incluindo o direito a um julgamento justo e acesso à justiça.
Desafios e Avanços na Abordagem da OMS
Apesar dos esforços significativos da OMS e de organizações parceiras, existem vários desafios na abordagem da dependência química em nível global:
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Estigma e Discriminação: O estigma social associado ao uso de substâncias pode impedir que os indivíduos busquem tratamento e apoio, exacerbando os problemas de saúde pública.
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Acesso Limitado a Tratamento: Muitos países enfrentam desafios significativos na oferta de serviços de tratamento acessíveis e de qualidade para a dependência química, devido a recursos limitados e infraestrutura inadequada.
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Coordenação de Políticas: A necessidade de uma coordenação eficaz entre diferentes setores, incluindo saúde, justiça, educação e assistência social, para abordar os determinantes sociais e econômicos subjacentes ao uso de substâncias.
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Impacto da Pandemia: A pandemia de COVID-19 exacerbou os desafios enfrentados por pessoas com dependência química, incluindo interrupções nos serviços de tratamento e aumento do isolamento social.
Apesar desses desafios, houve avanços significativos na compreensão da dependência química como uma questão de saúde pública e na implementação de políticas baseadas em evidências. A colaboração internacional e o compromisso com abordagens inclusivas são fundamentais para enfrentar os desafios contínuos e promover melhores resultados de saúde para indivíduos afetados pela dependência química.
Conheça os 3 Tipos de Internação:
1. Internação Voluntária: Na internação voluntária, o paciente concorda em se submeter ao tratamento em uma clínica de reabilitação. Essa é geralmente a forma mais eficaz de tratamento, pois o paciente está motivado e comprometido com sua recuperação. Durante a internação voluntária, o paciente recebe cuidados médicos, terapia individual e em grupo, e outras formas de suporte para ajudá-lo a superar a dependência de crack.
2. Internação Involuntária: A internação involuntária ocorre quando um indivíduo é internado em uma clínica de reabilitação sem o seu consentimento. Isso geralmente acontece quando a pessoa representa um risco imediato para si mesma ou para os outros devido ao uso de drogas. Embora possa parecer controverso, a internação involuntária pode ser necessária em casos graves nos quais o paciente não reconhece a gravidade de sua dependência.
3. Internação Compulsória: A internação compulsória é semelhante à internação involuntária, mas é geralmente ordenada pelo sistema legal. Isso pode acontecer quando um indivíduo comete um crime relacionado ao uso de drogas ou representa um perigo significativo para a sociedade. A internação compulsória tem como objetivo proteger a pessoa e a comunidade, fornecendo tratamento obrigatório para sua dependência.
Auxílio-Doença para Dependentes Químicos:
No Brasil, o auxílio-doença é um benefício previdenciário pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aos trabalhadores que ficam temporariamente incapacitados para o trabalho devido a doença ou acidente. Isso inclui casos de dependência química, desde que comprovada a incapacidade laboral.
Para obter o auxílio-doença por dependência química, o paciente precisa passar por uma avaliação médica do INSS, que determinará se ele está realmente incapacitado para o trabalho devido ao uso de drogas. Além disso, é necessário apresentar documentos médicos que comprovem o diagnóstico e a necessidade do benefício.
O auxílio-doença para dependentes químicos é uma importante forma de apoio durante o processo de recuperação, garantindo que o paciente tenha acesso a tratamento médico adequado e possa se concentrar em sua reabilitação sem se preocupar com questões financeiras. No entanto, é importante ressaltar que o benefício é temporário e está sujeito a revisões periódicas para verificar a evolução do quadro clínico do paciente.
Benefícios da Internação:
A internação oferece uma série de benefícios para os dependentes químicos que buscam superar o vício e reconstruir suas vidas:
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Ambiente Estruturado e Livre de Drogas: Durante o período de internação, os pacientes são afastados de ambientes propícios ao uso de drogas, proporcionando uma oportunidade para a desintoxicação e a recuperação física e psicológica.
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Suporte Médico e Psicológico Especializado: As clínicas de reabilitação oferecem uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, incluindo médicos, psicólogos, terapeutas e enfermeiros, que fornecem cuidados personalizados e apoio emocional durante todo o processo de tratamento.
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Programas de Reabilitação Personalizados: Os pacientes têm acesso a programas de recuperação personalizados, que abordam as causas subjacentes do vício, desenvolvem habilidades de enfrentamento e promovem a reintegração social e profissional.
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Redução do Risco de Recaída: A internação oferece um ambiente seguro e estruturado, onde os pacientes aprendem a lidar com gatilhos e situações de risco, reduzindo assim as chances de recaída após a alta.
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