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Como provar que uma pessoa é alcoólatra?

03/06/2024

Como provar que uma pessoa é alcoólatra?
 

 Como Provar que uma Pessoa é Alcoólatra?

 

O alcoolismo, ou transtorno por uso de álcool, é uma condição crônica que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. Identificar e provar que alguém é alcoólatra pode ser um desafio, especialmente quando a pessoa nega o problema ou minimiza seus sintomas. Este artigo explora os métodos e critérios utilizados para diagnosticar o alcoolismo, destacando os sinais clínicos, comportamentais e os exames médicos que podem ser usados para confirmar a dependência de álcool. 

 

Critérios de Diagnóstico do Alcoolismo 

Os profissionais de saúde utilizam critérios específicos para diagnosticar o alcoolismo. Entre os sistemas de classificação mais amplamente aceitos estão o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) e a Classificação Internacional de Doenças (CID-10). 

 

DSM-5 

O DSM-5 define o transtorno por uso de álcool através de um conjunto de critérios que avaliam o impacto do álcool na vida do indivíduo. Para ser diagnosticado com transtorno por uso de álcool, uma pessoa deve apresentar pelo menos dois dos seguintes critérios dentro de um período de 12 meses: 

  1. Consumo de álcool em quantidades maiores ou por períodos mais longos do que o pretendido. 

  1. Tentativas fracassadas de reduzir ou controlar o consumo de álcool. 

  1. Grande parte do tempo é dedicada a obter, usar ou se recuperar dos efeitos do álcool. 

  1. Desejo ou ânsia intensa pelo álcool. 

  1. Uso recorrente de álcool resultando em falha no cumprimento de obrigações em casa, no trabalho ou na escola. 

  1. Uso continuado de álcool, apesar de problemas sociais ou interpessoais recorrentes causados ou exacerbados pelo seu uso. 

  1. Redução ou desistência de atividades sociais, ocupacionais ou recreativas importantes por causa do uso de álcool. 

  1. Uso repetido de álcool em situações fisicamente perigosas (como ao dirigir). 

  1. Uso continuado de álcool apesar de problemas físicos ou psicológicos persistentes ou recorrentes, provavelmente causados ou exacerbados pelo álcool. 

  1. Tolerância, definida como a necessidade de quantidades progressivamente maiores de álcool para obter o efeito desejado, ou efeito reduzido com o uso contínuo da mesma quantidade. 

  1. Sintomas de abstinência, manifestados por um conjunto de sintomas físicos e mentais ao interromper ou reduzir o consumo de álcool, ou o uso de álcool (ou uma substância semelhante) para aliviar ou evitar sintomas de abstinência. 

 

CID-10 

A CID-10 também fornece critérios para o diagnóstico de transtornos relacionados ao uso de álcool, que incluem um padrão de uso prejudicial de substâncias e sintomas de dependência similares aos descritos no DSM-5. 

 

Sinais Clínicos e Comportamentais do Alcoolismo 

Além dos critérios diagnósticos formais, há vários sinais clínicos e comportamentais que podem indicar a presença de alcoolismo. 

 

Sinais Físicos 

  1. Mudanças no Peso: Ganho ou perda de peso inexplicável. 

  1. Problemas Gastrointestinais: Náuseas, vômitos e dor abdominal frequentes. 

  1. Lesões Físicas: Contusões ou ferimentos inexplicáveis, que podem ser resultado de acidentes ou quedas. 

  1. Aparência Geral: Negligência com a higiene pessoal e a aparência física. 

 

Sinais Psicológicos 

  1. Mudanças de Humor: Irritabilidade, depressão, ansiedade e mudanças de humor extremas. 

  1. Problemas de Memória: Esquecimento frequente e dificuldade de concentração. 

  1. Comportamento Impulsivo: Tomada de decisões impulsivas e comportamentos de risco. 

 

Sinais Sociais 

  1. Isolamento: Distanciamento de amigos e familiares. 

  1. Problemas no Trabalho ou na Escola: Declínio no desempenho, faltas frequentes e conflitos no ambiente profissional ou acadêmico. 

  1. Conflitos Relacionais: Discussões frequentes, desentendimentos e perda de relacionamentos importantes. 

 

Exames Médicos e Testes Laboratoriais 

Para confirmar o diagnóstico de alcoolismo, exames médicos e testes laboratoriais podem ser usados para avaliar o impacto do álcool no corpo. 

 

Exames de Sangue 

  1. Gamma-Glutamil Transferase (GGT): Níveis elevados dessa enzima podem indicar consumo crônico de álcool. 

  1. Transaminases Hepáticas (ALT e AST): Níveis aumentados dessas enzimas podem sinalizar danos ao fígado causados pelo álcool. 

  1. Volume Corpuscular Médio (VCM): Um VCM elevado pode ser um indicador de consumo excessivo de álcool a longo prazo. 

 

Exames de Urina 

  1. Etanol: Testes para detecção de etanol na urina podem indicar consumo recente de álcool. 

  1. EtG (Etil Glucuronídeo): Um marcador mais sensível que pode detectar consumo de álcool mesmo dias após a ingestão. 

 

Avaliação Psiquiátrica 

Uma avaliação psiquiátrica abrangente é fundamental para o diagnóstico do alcoolismo. Esta avaliação inclui uma entrevista detalhada com o paciente e, quando possível, com familiares ou amigos próximos, para obter uma visão completa do comportamento do paciente em relação ao álcool. 

  1. História Clínica: Avaliação do histórico médico do paciente, incluindo qualquer histórico de problemas de saúde mental. 

  1. Entrevista Diagnóstica: Discussão sobre os padrões de consumo de álcool, os sintomas experimentados e o impacto do álcool na vida do paciente. 

  1. Instrumentos de Avaliação: Uso de questionários e escalas padronizadas, como o AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test), para quantificar a gravidade do problema. 

 

Testes Psicológicos 

Além da avaliação psiquiátrica, testes psicológicos podem ser usados para avaliar a saúde mental do paciente e identificar quaisquer condições comórbidas que possam estar presentes. 

  1. Inventário de Depressão de Beck (BDI): Avaliação dos sintomas de depressão. 

  1. Escala de Ansiedade de Hamilton (HAM-A): Avaliação dos níveis de ansiedade. 

  1. Testes Cognitivos: Avaliação das funções cognitivas, como memória e atenção, que podem ser afetadas pelo uso crônico de álcool. 

 

Abordagem Multidisciplinar 

O diagnóstico e tratamento do alcoolismo frequentemente envolvem uma abordagem multidisciplinar, incluindo médicos, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais de saúde. Esta abordagem garante que todos os aspectos da condição do paciente sejam abordados de maneira holística. 

  1. Médicos: Realizam exames físicos e laboratoriais, monitoram a saúde geral e prescrevem medicamentos. 

  1. Psicólogos: Oferecem terapia cognitivo-comportamental e outras formas de psicoterapia para ajudar o paciente a lidar com os aspectos psicológicos da dependência. 

  1. Assistentes Sociais: Fornecem suporte social, ajudam na reintegração do paciente na comunidade e facilitam o acesso a recursos e serviços. 

  1. Enfermeiros: Monitoram a condição do paciente, administram medicamentos e oferecem suporte contínuo durante o tratamento. 

 

Os 3 Tipos de Internação: 

1. Internação Voluntária: Na internação voluntária, o paciente concorda em se submeter ao tratamento em uma clínica de reabilitação. Essa é geralmente a forma mais eficaz de tratamento, pois o paciente está motivado e comprometido com sua recuperação. Durante a internação voluntária, o paciente recebe cuidados médicos, terapia individual e em grupo, e outras formas de suporte para ajudá-lo a superar a dependência de crack. 

2. Internação Involuntária: A internação involuntária ocorre quando um indivíduo é internado em uma clínica de reabilitação sem o seu consentimento. Isso geralmente acontece quando a pessoa representa um risco imediato para si mesma ou para os outros devido ao uso de drogas. Embora possa parecer controverso, a internação involuntária pode ser necessária em casos graves nos quais o paciente não reconhece a gravidade de sua dependência. 

3. Internação Compulsória: A internação compulsória é semelhante à internação involuntária, mas é geralmente ordenada pelo sistema legal. Isso pode acontecer quando um indivíduo comete um crime relacionado ao uso de drogas ou representa um perigo significativo para a sociedade. A internação compulsória tem como objetivo proteger a pessoa e a comunidade, fornecendo tratamento obrigatório para sua dependência. 

 

Auxílio-Doença para Dependentes Químicos: 

No Brasil, o auxílio-doença é um benefício previdenciário pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aos trabalhadores que ficam temporariamente incapacitados para o trabalho devido a doença ou acidente. Isso inclui casos de dependência química, desde que comprovada a incapacidade laboral. 

Para obter o auxílio-doença por dependência química, o paciente precisa passar por uma avaliação médica do INSS, que determinará se ele está realmente incapacitado para o trabalho devido ao uso de drogas. Além disso, é necessário apresentar documentos médicos que comprovem o diagnóstico e a necessidade do benefício. 

O auxílio-doença para dependentes químicos é uma importante forma de apoio durante o processo de recuperação, garantindo que o paciente tenha acesso a tratamento médico adequado e possa se concentrar em sua reabilitação sem se preocupar com questões financeiras. No entanto, é importante ressaltar que o benefício é temporário e está sujeito a revisões periódicas para verificar a evolução do quadro clínico do paciente. 

 

Benefícios da Internação 

A internação oferece uma série de benefícios para os dependentes químicos que buscam superar o vício e reconstruir suas vidas: 

  • Ambiente Estruturado e Livre de Drogas: Durante o período de internação, os pacientes são afastados de ambientes propícios ao uso de drogas, proporcionando uma oportunidade para a desintoxicação e a recuperação física e psicológica. 

  • Suporte Médico e Psicológico Especializado: As clínicas de reabilitação oferecem uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, incluindo médicos, psicólogos, terapeutas e enfermeiros, que fornecem cuidados personalizados e apoio emocional durante todo o processo de tratamento. 

  • Programas de Reabilitação Personalizados: Os pacientes têm acesso a programas de recuperação personalizados, que abordam as causas subjacentes do vício, desenvolvem habilidades de enfrentamento e promovem a reintegração social e profissional. 

  • Redução do Risco de Recaída: A internação oferece um ambiente seguro e estruturado, onde os pacientes aprendem a lidar com gatilhos e situações de risco, reduzindo assim as chances de recaída após a alta. 

 

Conclusão 

Provar que uma pessoa é alcoólatra envolve um processo abrangente que inclui a observação de sinais clínicos e comportamentais, a realização de exames médicos e laboratoriais, e uma avaliação psiquiátrica detalhada. Utilizando critérios de diagnóstico como os estabelecidos pelo DSM-5 e CID-10, profissionais de saúde podem confirmar a presença de transtorno por uso de álcool. Uma abordagem multidisciplinar é essencial para garantir um diagnóstico preciso e um plano de tratamento eficaz. Reconhecer e tratar o alcoolismo de maneira adequada pode melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente e de seus entes queridos. 

Somos especializados no encaminhamento e tratamento de usuários de drogas. Entre em contato com a Instituição Viver sem Drogas para conversarmos mais! 

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